A qualidade do homem escorreu pelos dedos e derramou num lago vazio, encheu e trasbordou e poluiu. Hoje já não há qualidade nem homem, hoje há mofo e macaco, hoje há Pandora destruida, sem fogo nem gelo, sutil sensibilidade, o século XIX morreu, e ainda bem que não viram tudo isso!
Queria água potável mas hoje só vende sangue culpado.
O Sol ainda estava alto, e eu ainda estou alto, a boca continuava a dizer besteiras que não faziam a menor diferença, e o porque de tudo isso é incerto.
Queria eu não passar desapercebido, mas demasiado barulho fiz, gritei por socorro numa sala vazia e as tantas vozes que me voltaram aludiam minha mente um tanto quanto desconfortável, dois comprimidos não foram o suficiente para me lembrar de que estava numa transe de idéias, e que o sorriso me aguardava a já muito tempo.
Lembrei-me por vez que precisava de uma chave, e me vi chorando por sua falta, correr ja não adiantava, pois corria para o lado inverso, acordei e vi que não tinha dormido, sorri e na verdade suplei por ti!
Victor Cypriano
